O
batismo
Quando Maria Tereza nasceu, era tão pequenina
e fraca que pensavam que ela não viveria por
muitas horas. Todavia, sua mãe acreditou firmemente
que o batismo faria com que ela vivesse e por isso apressou
que fosse batizada. Então o irmão do Sr.
Chappuis leva a pequena Maria, num cesto de vindima
coberto com um guardanapo, para ser batizada em Petit-Lucelle.
Como previa a mãe, a menina volta não
mais preta como era antes, mas branca e rosada. Assim,
a pequenina fora batizada no mesmo dia de seu nascimento.
Recomendada
a Deus antes do nascimento
A pequena Tereza fora recomenda a Deus antes de seu
nascimento por sua mãe e, durante sua primeira
infância prestou sua mãe os mais possíveis
cuidados, no intuito de preservar a filha de tantas
dores, que ela considerava filha do milagre.
Cultivo do amor a Nosso Senhor
Assim que notou os primeiros sinais de razão
na pequena Tereza, a mãe incutiu nela o amor
a Nosso Senhor e uma doce confiança em Deus,
bem como o amor pela virtude e um afastamento de tudo
que fosse repreensível. Desse modo, Maria Tereza,
foi desde pequena, uma pessoa de profunda oração
e amante das pequenas devoções.
Primeira missa
Tereza participa da primeira missa aos quatro anos
de idade, missa esta celebrada pelo tio às
escondidas, à meianoite. Segundo ela mesma,
foi aí que ela recebeu “as luzes que
se imprimiram nela” e que ficaram para sempre.
Valores que herda do pai e da mãe
Do Sr. Chappuis, Teresa herda o amor pelo dever, o
respeito pela verdade e pela justiça. De sua
mãe, herda todas as virtudes domésticas
e humanas, sobretudo a virtude da caridade.
Contribuição à sua educação
cristã
A educação cristã de Maria Tereza
também sofreu influência de seu tio materno
que era sacerdote. É ele que dará as
lições de catecismo a ela e outras sete
crianças. Dessas outras sete, cinco se consagraram
à vida religiosa consagrada e as outras duas
foram pessoas de exemplar vida cristã na opção
que fizeram.
A Primeira Comunhão
Maria Tereza Chappuis fez sua Primeira Comunhão
alguns dias antes de completar oito anos de idade.
Seu irmão Francisco
Tereza tinha mais afeto por um de seus irmãos:
Francisco. Ele era mais parecido com ela em idade
e caráter. Era muito inclinado à piedade.
Sua saúde era muito frágil e tinha em
Teresa sua confidente.
O tio, padre
Tereza foi instruída pelo tio padre até
aos doze anos de idade. Agora, aos seus doze anos,
esse tio já estava bem envelhecido.
O que mais gostava de aprender nossa pequena Tereza?
A essa pergunta ela mesma responde: “(...) era
o que se chama hoje a Análise Lógica.
A Aritimética fazia-me dores de cabeça;
mas compreendia-a à primeira explicação.
O que melhor retinha eram as lições
de Catecismo e sobre a História da Igreja...”
Como participava das missas
Maria Tereza Chappuis participava das missas de modo
recolhido e antecipado de uma longa preparação.
A morte de Francisco, seu irmão
Várias vezes Tereza sentia a vontade de consagrar-se
como religiosa. Então quando Francisco morre
sente que sua missão na família está
terminada e tudo a inclina para a vida religiosa consagrada.
Sua primeira ida para o Mosteiro
A sua irmã mais velha já tinha ido pro
claustro e o pai a sugere que não vá.
Que reze, fique em solidão, cante, louve a
Deus ali na casa mesmo, fazendo de uma parte da casa
uma ala. Mas Tereza quer uma resposta de Deus e vai
pedir a Nossa Senhora dos Eremitas a ajuda necessária.
A abadia ficava a três dias de distância
e quando ela está chegando lá, estão
rezando o “Ângelus”. Volta para
casa com a resposta procurada. Conta tudo aos pais
e mesmo abalada por sua fragilidade física
e pela morte de Francisco, vai, em junho de 1811,
conduzida por sua mãe, para o Mosteiro de Fribourg.
Seu retorno para casa
Os três primeiros meses de Tereza no mosteiro
foram de angústias e tentações
e decide voltar para casa. Aí recebe uma acolhida
fria. Começa a morar numa casa à parte
com a tia.
Seu retorno ao Convento
É só depois de três anos que ela
decide voltar para o Convento. Vai acompanhada de
seu irmão mais velho, Xavier Chappuis, e de
sua irmã Catarina. Partem às cinco e
meia da manhã. Chegando lá expressa:
“Sou religiosa para sempre!”
Não foi fácil para Tereza abandonar
a família e a cidade. Mas ela partiu para entrar
no Convento da Visitação de Fribourg,
na Suíça, a 21 de novembro de 1814.
As superioras deram-lhe uma cela na parte mais elevada
e descoberta do Mosteiro. Tudo ali que podia ser visto
lembrava sua cidade natal e a solidão ali vivida
era uma solidão de poeta e artista, tudo ali
elevava a alma e embelezava o pensamento.
Ao entrar na cela percebe o lugar onde vai passar
o resto dos dias de sua vida. Sente vivamente todas
as belezas, compreende-as e, dirigindo-se a Deus,
diz: “Meu Deus, obrigada! Vós não
tendes me tirado nada!”
O que sente na cela
Na cela, sentiu a ela revelada o caminho a seguir
e as obras que devia fundar.
O reconhecimento de sua mestra
A mestra, Ir. Tereza Tholosan, não demorou
em reconhecer em Tereza, a jovem postulante, o tesouro
que possuía e aplicou todos os seus cuidados
em formá-la.
Torna-se Noviça
Em quatro de junho de 1815 ela recebe o hábito
e, assim, torna-se noviça e ganha o nome de
Maria Francisca de Sales.
O Noviciado: Caminho do Diretório
O Diretório trata do interior. As Constituições
são do exterior.
A jovem pôs-se a seguir o caminho do Diretório
com vontade firme. O que mais lhe custou foi o exterior.
Mas sua vontade generosa triunfou. Sua mestra não
se tardou em pô-la de Assistente do Noviciado.
Deus ilumina Maria, mulher de profunda oração,
humildade e amor. E ela em seus momentos de oração,
sente manifestar que Deus quer que a bondade d’Ele
seja conhecida e que ela deve tender a destruir a
si mesma. Faz todos os sacrifícios que pensa
ser pedido por Deus e a cada novo sacrifício,
Deus a faz avançar em seu amor.
Ela quer sempre mais saber da vontade de Deus para
sua vida e em dado momento ela começa a perceber
que tal vontade está para ser realizada. Ela
abandona-se a vontade de Deus. Pressente que terá
de dividir sua vida em vida contemplativa e ativa.
O dia de sua profissão
No dia de sua profissão, em 09 de junho de
1816, na missa celebrada por Mons. Thomas Yenny, Maria
de Sales não pede para si outra coisa a não
ser que: não seja amada naturalmente por ninguém.
Leituras
Maria Francisca de Sales afeiçoou-se da leitura
dos salmos e deliciava-se com a leitura do evangelho
de João.
Enviada, com outras Irmãs, a Metz
Em Metz, o Mosteiro fundado em vinte e quatro de agosto
de 1633, não foi poupado pela revolução.
Muito tempo depois sentiu-se a necessidade de fazer
voltar de novo os serviços prestados pelas
Irmãs. Então, algumas pessoas da cidade
(de Metz) haviam tentado reunir-se para viver em comunidade
com o nome de Irmãs dos Sagrados Corações
de Jesus e de Maria em outubro de 1817. Mas o grupo
formado por seis pessoas, sentindo que não
podia subsistir sem se ligar a uma ordem já
aprovada, resolveu chamar a Visitação.
Para tanto, escreveram para Fribourg expondo tal desejo
e pedindo Irmãs. A casa de Fribourg então
envia a Irmã, que acabava de ser superiora,
Maria Estanislau Schaller, a Madre Maria Teresa Tholozan
e Maria de Sales.
Retorna a Fribourg
A viagem destas três Irmãs foi muito
fatigante e durou três dias. Lá em Fribourg,
elas encontraram seis almas muito dispostas, mas completamente
estranhas aos costumes e observâncias religiosas.
Maria de Sales ficou por um tempo em Metz, mas em
decorrência da saúde fragilizada tem
de retornar a Fribourg.
Encarregada do Noviciado
Quando chega a Fribourg é encarregada do Noviciado
e por causa disso quase todas as jovens quiseram recomeçar
o Noviciado a sua conduta.
Ida
para o Mosteiro de Troyes
No princípio de 1826, Madre Teresa Emmanuel
Tréfort, que então governava o Mosteiro
de Troyes, sentia a necessidade de arranjar para sua
comunidade alguém capaz de dirigir o Mosteiro
em seu lugar. Na busca de tal, depois de bater a todas
as portas, recebe a informação de que
se podia lhes dar senão uma jovem Irmã,
mas que esta estava quase sempre doente e, portanto
incapaz de fazer alguma coisa. Esta jovem Irmã
doente era Maria de Sales Chappuis. É nomeada
como Madre Superiora do Mosteiro de Troyes. Surpreendentemente
após isso, A Ir. Maria de Sales recupera sua
saúde e fica forte para empreender a viagem
para Troyes. E de lá vem uma caravana composta
por quatro pessoas para buscar a recém nomeada
e garantir-lhe uma boa viagem.
Em Annecy
O primeiro dia de viagem conduziu Maria de Sales a
Annecy, e ali venerou as relíquias de São
Francisco de Sales e de Santa Joana de Chantal, depositadas
na igreja de São Mauricio.
Encontro e conversa com sua irmã em Poligny
De Annecy ela vai a Poligny, pois lá havia
um mosteiro da Visitação e era governado
por sua irmã, Ir. Luiza Rafaela Chappuis. O
superiores enviaram Maria de Sales a este mosteiro
para averiguar as condições do mesmo
e resolver o que deveria ser feito para o socorrer.
A boa Mãe, depois de uma conversa com sua irmã
a aconselhou de se transferirem para Dole, o que se
fez pouco tempo depois.
Mosteiro de Dijon
A terceira estação da viagem da boa
Mãe foi no Mosteiro de Dijon.
A sete léguas de Troyes encontrava-se uma peregrinação
célebre naquela região: a peregrinação
de Nossa senhora Du Chêne. A boa Madre passa
perto da Montanha onde se encontra esse Santuário
e, como em Annecy, recebe luzes e forças para
sua missão em Troyes. Assim, ela se torna uma
das maiores devotas de nossa Senhora Du Chêne.
Por causa dela esse Santuário vai se tornar
muito freqüentado mais tarde. E esta devoção
ela leva ao segundo Mosteiro de Paris.
Chegada
em Troyes
É no dia 01 de junho de 1826 que a boa Mãe
chega a Troyes. A recebem como enviada de Deus. No
dia seguinte o bispo de Troyes, Mons. Hons, confirma
sua eleição, num discurso de piedade
e delicadeza especiais, expressando às Irmãs
a sua esperança sobre a escolha que tinham
feito e encorajou a recém eleita. Depois, numa
primeira visita, testemunhou à boa mãe
a mais completa confiança. E esta confiança
dela nunca se afastou.
Exemplo
admirável
As Irmãs encontraram na boa Mãe atitudes
visíveis de bom exemplo de religiosa, o que
as fazia respeitar e admirar. Viam nela o modelo de
uma verdadeira religiosa. Por sua docilidade, profunda
intimidade com Deus através da prática
do Diretório, a boa Mãe consegue conquistar
as Irmãs para a prática da obediência
e ao despojamento de si mesmas.
Reconstituição
da comunidade
A boa Madre reconstitui a comunidade, fechando o pensionato.
Mas mesmo não sendo a favor, o bispo acaba
apoiando, deixando-a livre para fazer o que ela achasse
melhor.Tal reconstituição é também
aceita pela Irmãs do Mosteiro.
Além
dos muros do Mosteiro
A Ir. Maria de Sales adquire uma boa reputação
também fora do mosteiro. Senhoras e eclesiásticos
tinham uma respeitosa estima por Madre Maria de Sales,
a ponto que muitos não faziam nada sem a consultar.
A
comunidade do Mosteiro de Troyes
A comunidade que a boa Mãe encontrou em sua
chegada ao Mosteiro de Troyes era formada pela, até
então superiora, Ir. Teresa Emmanuel Tresfort.
Ir. Maria Henriqueta Tomassin, Ir. Maria Zeferina
Mercier, Ir. Maria Angela Straub, Madre Paula Serafina
Laurent, que durante mais de trnta anos partilhou
com a boa Mãe o governo de Troyes.
Verdadeira casa de pão
Com a boa Mãe a comunidade se transformou numa
verdadeira Belém, uma casa de pão, de
pão material e espiritual.
Quando alguém pedia alguma coisa e ela não
tinha nada para dar, recolhia-se um instante, orava
e depois pedia para que se voltasse no dia seguinte
ou dois dias depois e, no dia marcado, ela sempre
tinha o que dar a quem pediu. E ninguém sabia
de onde vinha o dinheiro que ela conseguia
Zeladora pela paz no interior do convento
Carlos X tinha caído do trono e Luís
Felipe de Orléans a ele sucedeu. Havia um temor
quanto a perturbação da ordem nas casas
religiosas e a perseguição ao clero.
Madre Maria de Sales garantia em suas palavras que
não havia necessidade de temores.
No interior da comunidade ela também zelou
para que as notícias externas não perturbassem
o recolhimento das religiosas. Desse modo, enquanto
o mundo se agitava, o Mosteiro da Visitação
de Troyes continuava num clima de paz em seu interior.
As Irmãs ficaram sabendo da troca de governo
apenas um ano depois quando um sacerdote estrangeiro
pronunciou na oração da bênção
ao santíssimo o nome do novo Rei.
Termina o seu tempo como superiora
O tempo de superiora da Madre Maria de Sales termina.
Sua sucessora é Madre Paula Serafina. A maneira
que Ir. Maria de Sales se submeteu, provou bem que
ela sabia tanto mandar como obedecer. A sua obediência
tornou-se bem depressa para a comunidade um perfume
de agradável odor.
A nova superiora a nomeia Mestra de Noviças.
Ida para Paris
As Irmãs do segundo Mosteiro de paris tinham
conhecimento do bem que a Madre Maria de Sales fazia
em Troyes e pedem aos superiores de Fribourg que ela
venha passar alguns meses em Paris. Então ela
vai, chegando lá na quarta-feira de Páscoa
de 1833. Sua presença contagia a todas. Torna-se
amiga íntima da superiora desse Mosteiro, a
Madre Maria Serafina Fournier.
Reeleita Superiora de Troyes e encontro com Pe. Brisson
No ano de 1835 a boa Mãe foi reeleita superiora
do Mosteiro de Troyes. Foi nessa época que
Pe. Luís Brisson a viu pela primeira vez. Ela
tinha 45 anos de idade. Pe. Brisson tinha entrado
no Mosteiro com Pe. Chevalier, o capelão da
casa, a fim de administrar os sacramentos a uma doente.
Morte de Noviças
Mais tarde a boa Mãe via morrer um grande número
de suas noviças. Sua saúde também
piora. Ela sofre muito com tudo e mesmo assim permanece
fiel a Regra, e não deixando de conservar o
rosto aberto e acolhedor.
Morte de sua irmã e de sua mãe
Além de tudo o que aconteceu, a morte chega
para sua irmã Luísa Rafaela. E três
meses depois, a 27 de dezembro, Srª. Chappuis,
sua mãe, também morria.
Superiora do segundo Mosteiro de Paris
O segundo Mosteiro de Paris, a qual ela já
passara alguns meses em 1833, pede a Fribourg que
Ir. Maria de Sales seja enviada para lá como
superiora. Fribourg a concede e ela tem que partir.
Esse Mosteiro está com a construção
comprometida. Dois arquitetos dão conta desse
problema e este foi solucionado alguns meses depois
e um grande Te Deum é oferecido a Deus.
Casa de Santa Maria do Loreto
Pe. Malet foi quem fundou a casa Santa Maria do Loreto.
Tal casa servia para receber órfãs jovens
e gratuitamente recebiam educação cristã,
alimento e toda educação necessária.
Para lhe ajudar, Pe. Malet reuniu um grupo de mulheres
dedicadas para a direção desta obra
sob o nome de Irmãs de Santa Maria do Loreto.
Para tudo ele pedia conselhos a boa Mãe. Assim,
ela também sentia-se encarregada desta casa.
Convencida de sua missão
A boa Mãe está convencida de que tem
a missão de fundar uma obra e pressente que
receberá a doação de uma casa
propícia para tal.
Doença, sofrimentos
Em Paris ela tira um tempo para se dedicar de modo
mais intenso a sua vida interior.
A boa Mãe sofre ininterruptas doenças
e, com estas, sofrimentos que ultrapassavam as medidas
de sua força.
A troca de confessor e as cartas ao Pe. Regnouf
Pe. Regnouf, que era seu confessor, fica muito doente
em seu lugar, é designado o Pe. Chaveton, um
jovem de 26 anos. O Pe. Regnouf pede a boa Mãe
que escreva a ele tudo que recebesse de Deus em suas
orações e assim ela o faz, por obediência,
durante dois anos. Tais cartas estão no Mosteiro
da Visitação de Troyes.
A volta a Troyes e o novo confessor nesse
Mosteiro: Pe Brisson
A boa Mãe volta a Troyes acompanhada do Pe.
Regnouf para exteriorizar o que estava em seu interior.
No Mosteiro de Troyes não havia senão
um jovem sacerdote e é a este que a boa Mãe
vai expor suas confidências, tudo o que Deus
revela a ela com Sua vontade. Tal sacerdote não
se mostrou muito interessado a fazer mais nada além
de ouvir por horas as confidências da boa Mãe.
Ele não dava crédito nem apoio ao que
ela lhe falava. Não queria deixar-se influenciar,
nem comprometer seu tempo às coisas que uma
mulher lhe dizia. Veio a ideia deste sacerdote pedir
a Deus uma prova sobre o assunto.
Na santa missa, no momento da elevação,
este sacerdote diz a Deus: “Senhor, se há
alguma coisa de verdade no que diz a Madre Maria de
Sales, fazei que ela, saindo da missa, me dê
os quarenta francos que me são precisos para
acabar de pagar o aluguel da casa da família
“x”.
O jovem sacerdote não tinha falado a ninguém
que a senhora “x” dessa família
“x” viera lhe pedir ajuda, e a boa Mãe
ignorava completamente que ele desse ajudas desse
gênero. Além do que, ela jamais tinha
ouvido falar daquela família. Eis, pois, que
terminada a sua ação de graças,
o jovem capelão foi chamado pela boa Mãe
ao locutório e, ao chegar, vê a boa Mãe
passar pela grade, sem dizer uma palavra, duas moedas
de vinte francos. “Que fazeis minha boa Mãe?”,
indaga o sacerdote. Ao que ela responde: “Devemos
fazer sempre o que Deus nos diz”. Este fato,
mesmo singular como era, não serviu para converter
o jovem sacerdote, pelo contrário, lhe deu
mais repulsa para aquilo que queria dele. Ele ficou
de tal maneira contrariado que caiu gravemente doente.
“Quem me livrará desta mulher?”,
dizia ele muitas vezes. “Para onde fugir? (...)Parece-me
que seria melhor morrer”.
Uma casa para sacerdotes diocesanos
Nessa época o bispo de Troyes, teve a inspiração
de fundar uma casa de sacerdotes diocesanos destinados
a darem missões e ajudarem os párocos
nos ministérios de suas paróquias. O
bispo veio falar disso à boa Mãe, que
o encorajou com suas palavras, orações
e com uma grande soma de dinheiro. “Talvez,
dizia a si mesma, seja esta a obra que Deus me mostrou”.
E era bem possível que ela tivesse razão
porque era escolhido para superior da nova fundação
o Pe. Liévre, pároco de uma paróquia
importante da cidade, confessor da Visitação
e dirigido da boa Mãe. Também os demais
sacerdotes que se lhe juntaram eram quase todos amigos
do Mosteiro e filhos espirituais da Madre Maria de
Sales.
Insistência com o jovem confessor do Mosteiro
de Troyes
A boa Mãe continua a insistir com o jovem confessor
a se conformar e aderir ao que lhe era pedido. Este,
então, cansado por tal insistência dirigiu-se
de novo a Deus para lhe pedir uma nova prova de que
era Sua vontade. Na missa, no momento da elevação,
disse: “Fazei Senhor que o que esta mulher me
diz vem de Vós, que Fanny de Champeaux me recite,
quando ela vier se confessar, as frases que eu compuser
quando eu sair da missa”. Fanny era uma educanda
da Visitação, tinha quinze anos de idade
e desprovida de inteligência. E eis que a menina
no outro dia antes de confessar-se pronuncia exatamente
e de modo correto as frases escolhidas pelo jovem
confessor da Suma de S. Tomás. O sacerdote
fica admirado e a este fato se inclina, mas não
se rende. A Madre desconhecia todos estes tipos de
pedidos de provas que por ele eram feitos.
A aparição de Nosso Senhor ao
jovem confessor
Ela se tornava mais insistente com ele para que ele
fizesse a vontade de Deus e não resistisse
mais. Disse ele: “Minha Madre, eu jamais me
renderei ao que vós quereis de mim”.
“Mas, e se Deus o levar a isso?”, indagou
ela. Ao que ele responde: “Mesmo que visse aqui
um morto ressuscitar, eu não me renderia”.
A estas palavras do sacerdote, a boa Mãe retirou-se
do locutório sem dizer uma palavra, deixando-o
só, desconcertado e irritado com a violência
que lhe queriam fazer. E eis que, ao levantar os olhos
através da grade do locutório que dá
para o pensionato, ele viu Nosso Senhor Jesus Cristo
com uma fisionomia um pouco severa para com o jovem
sacerdote. Ao mesmo tempo Nosso senhor tinha uma expressão
de suavidade e simplicidade. Observando minuciosamente
a aparição, ele viu na sua figura e
no seu gesto qual era Sua vontade. Nosso Senhor ordenava
que se fizesse o que boa Madre lhe dizia. Este fato,
ele só irá contar a ela 30 anos depois.
Os anos de 1848 a 1858: os anos solitários
da boa Mãe
Entre 1848 e 1858 a boa Mãe consagrou sua vida
mais ao cultivo interior e aos cuidados espirituais
da comunidade. Foram os anos solitários da
boa Mãe. Em tais anos ela se preparou, como
num cenáculo, para as obras que devia ajudar
a fundar.
Associação de São Francisco de
Sales
Uma das primeiras obras foi a Associação
de São Francisco de Sales, fundada em vista
de defender e propagar a fé nos países
cristãos. Foi fundada por Mons. De Ségur
com grande encorajamento e apoio da boa Mãe.
A obra foi primeiro estabelecida na Visitação
em Troyes, com aprovação de Mons. Coeur,
depois canonicamente reconhecida na diocese. Nomeada
tesoureira e sob sua influência, o número
de associados aumentava cada vez mais, assim como
as conversões.
Mons. de Ségur temendo que o Governo suspeitasse
de sua posição e relação
com o Pontífice, achou por bem confiar a direção
de sua obra a Mons. Mermillod. Por conselho da boa
Mãe, Mons. Ségur renuncia ao nome de
Mermillord e, por boa Mãe, o sucessor escolhido
é o Pe. Gossin.
Fundação das Obras das Jovens
Operárias
Durante a Quaresma de 1857 a boa Mãe tinha
sofrido de um modo particular e afirmava que da Cruz
ia sair uma virtude para resgatar um grande número
de almas. Ela afligia-se também com a perda
de fé e ignorância religiosa do povo.
O confessor da casa e uma menina cheia de zelo, Julie
Beaugrand, que conhecia um grande número de
jovens operárias, iam muitas vezes à
boa Mãe contar sobre as misérias espirituais
dessa parte numerosa da população da
cidade e pedir-lhes orações. No Advento
desse mesmo ano de 1857 a boa Mãe pede a Deus
que ele manifeste sua vontade a respeito da salvação
das almas e que fizesse entrar no caminho do apostolado
aqueles que Ele tinha escolhido para esse fim.
Na metade do ano de 1858, o Pe. Chevalier, Superior
da Visitação, tinha dito ao capelão
do Mosteiro que seria bom fundar uma obra para proteção
da juventude. A oportunidade surgiu e fundaram-se
então as obras das jovens, e a menina amiga
da boa Mãe, foi a encarregada da direção
da casa principal.
Estas obras diferem-se em vários aspectos de
instituições do mesmo gênero.
As jovens destas obras dividem-se em duas classes:
as externas (ou protegidas), e, as pensionistas. As
externas formam uma congregação de jovens
que se reúnem todos os domingos numa casa especial,
sob a conduta de diretoras dedicadas, cujo fim e o
esforço tendem a conservar e aumentar a fé
e as práticas religiosas nas jovens. Elas,
além disso, recebem em particular os conselhos
e a direção de suas diretoras.
As pensionistas vivem na casa, observam regulamento
suave e fácil, segundo o espírito de
São Francisco de Sales. E estas, dividem-se
em duas categorias: as que trabalham em casa e as
que trabalham fora.
Assim, as obras são fundadas e diversas casas
e jovens operárias surgem de vários
lugares.
A boa Mãe e suas características
A boa Mãe era uma mulher totalmente sujeita
a Regra e desse modo tinha como seguro o seu caminho.
A Regra lhe era familiar. A missa era o exercício
principal do dia da boa mãe e era na missa
que ela tinha suas mais íntimas comunicações.
A boa Mãe pertencia à classe das Irmãs
Associadas. Dava conta de sua oração
ao confessor. Obedecia ao seu superior, Mons.Yenny,
bispo de Fribourg que tinha ordenado que ela se submetesse
à santa Igreja, na pessoa do confessor da casa.
Aquele que a atendia (como já foi escrito)
tinha hesitação em aceitar e acreditar
no que ela dizia ser vontade de Deus.
A boa Mãe, entre outras tantas virtudes, se
caracterizava por sua simplicidade, candura, graça,
acolhida. O jeito que ele tratava as pessoas revelava
o jeito de ser de Deus para com a humanidade.
Fundação das Oblatas de São
Francisco de Sales
Como as obras das jovens já estavam fundadas
e dentro da consciência da fragilidade do zelo
e da coragem individuais, via-se a necessidade de
confiar as obras a uma comunidade religiosa. A Ordem
da Visitação não poderia, pois
era de clausura, não permitido a esta ordem
as obras exteriores. Daí surge então
o pensamento de fundar uma Congregação
com regra exterior diferente da Visitação,
mas que praticasse o Diretório espiritual e
se aproximasse o mais possível do espírito
e dos costumes interiores. Esta idéia se aproximava
muito do sonho que Francisco de Sales tinha.
A boa Mãe tinha o desejo que o espírito
de São Francisco de Sales fosse comunicado
ao maior número de almas possível e
o modo pelo qual isso se daria seria através
de uma Congregação que pudesse atingir
todos os ramos da sociedade e levar a esta os ensinamentos
do santo.
O começo foi resolvido. Duas educandas da Visitação,
Leónia Aviat e Lúcia Camuet, depois
de um retiro no Mosteiro da Visitação
em Troyes, junto à boa Mãe, perceberam
a vontade de Deus em suas vidas e colocaram-se imediatamente
a trabalhar encarregando-se da condução
das obras. Para tanto, elas foram morar na casa onde
se reuniam as jovens.
Leónia e Lúcia fizeram o noviciado sob
a orientação da boa Mãe que as
confiou para lhes ensinar as observâncias e
o exercício da Regra, a Assistente do noviciado
da Visitação.
Alguns meses depois do retiro que as duas jovens haviam
realizado, Mons. Mermillod, bispo administrador de
Géneve (sucessor de Francisco de Sales), veio
conversar com o bispo de Troyes para pedir-lhe que
começasse na diocese uma congregação
para mulheres que vivessem o espírito de São
Francisco de Sales, que tivesse como fim a instrução
religiosa e a direção cristã
da juventude, que depois de formadas em certo número,
fossem enviadas para a diocese de Géneve. Os
dois foram ao Mosteiro da Visitação
a fim de pedirem conselhos para a boa Mãe e
a ela expuseram seu projeto, que por sua vez expressou
para eles que acreditava que aquilo provinha de Deus.
Eles então pediram que ela se encarregasse
de instruir e preparar as jovens. E prometeu-lhes
assumir essa tarefa e revelou que já tinha
duas jovens para o que desejavam e que elas já
estavam prontas para começar. Mons. Mermillod
ficou radiante e depois de examinar as duas jovens
pretendentes, deu-lhes o hábito religioso.
Ele quis que se chamassem Oblatas de São Francisco
de Sales, como quis Francisco de Sales antes de morrer.
Mons. Mermillod deu a Leónia Aviat o nome de
Francisca de Sales e a Lúcia Camuet o de Joana
Maria.
O Caminho para Boa Madre
Um estado da alma que consiste em depender da vontade
atual de Deus, aceitando interiormente o que é
do beneplácito d’Ele e, imitando exteriormente
a vida do Salvador.
Fundação dos Oblatos de São Francisco
de Sales
Quando Mons. Mermillod pediu a Mons. Ravinet para
lhe preparar uma comunidade de Oblatas de São
Francisco de Sales, expressou-lhe também o
desejo de um dia ter padres de São Francisco
de Sales, mas acrescentou que não via o meio
de fundar.
Mermillod e Ravinet, mais tarde, percebendo o bom
êxito das Oblatas, decidiram pedir o parecer
da boa Mãe a respeito da fundação
de padres, que animados pelo espírito de São
Francisco de Sales, trabalhassem em sua diocese e,
no futuro, talvez, em toda a Igreja. O parecer dela
foi favorável. Ela sentia que chegava ao fim
seu trabalho interior e tudo quanto ela tinha feito
por Deus. Chegava a realização das promessas
divinas: era a sua obra!
Os Oblatos nascem de uma obra já em
exercício
Pe. Brisson foi encarregado por Mons. Ravinet de restaurar
um colégio católico que por grandes
acontecimentos havia sido fechado. O colégio
levantava das ruínas e começava a prosperar.
Assim, a boa Mãe viu aí uma primeira
pedra para construir a grande obra. Ela ajudava a
suportar todas as dificuldades e também colocava
toda a sua influência a serviço de todas
as necessidades.
Era preciso encontrar uma casa conveniente e, sobretudo,
dinheiro.
A pessoa mais influente da futura obra era Mons. Ségur,
que tinha pela boa Mãe uma profunda veneração
e estava em freqüentes relações
com ela. Foi combinado que Pe. Brisson iria a Paris
para pedir ao prelado as indicações
necessárias para obter recursos. Mas Brisson,
com o consentimento da boa Mãe, resolve ir
não a Paris, mas a Reims, ao túmulo
de S. Remy, pelo qual ele tinha sentido sempre a mais
filial confiança. Chegando ao túmulo
do santo, orou com todo o fervor, pedindo que o mostrasse
para que lado deveria caminhar para encontrar o meio
de continuar a obra começada. Neste lugar,
enquanto orava, presencia o milagre de uma mãe
que tem suas preces atendidas em favor da cura da
filha que não podia andar. Ele suplica a S.
Remy que como tinha sido generoso para com aquela
mãe o fosse também para com ele. Imediatamente
ele ouve uma voz que diz: “Vai à Bélgica!”
Pe. Brisson agradece a S. Remy, na certeza de ser
atendido.
Depois disso, Pe. Brisson se dirige para a velha e
fiel amiga da boa Mãe, a Sra. Baroneza de Trousset
e esta lhe concede trinta mil francos. As amigas da
boa Mãe e as superioras de vários Mosteiros
de Paris, também contribuíram materialmente.
Agora que já se tem o material, falta o pessoal.
A boa Mãe e seu confessor, durante uma missa,
recebem a inspiração de irem ter com
São Francisco de Sales em Annecy. Combinaram
que não só pediriam ao santo um diretor
para o colégio, mas também uma prova
de que a obra dos padres deveria ser começada.
Em Annecy, o confessor vai à Igreja da Visitação,
chegando lá percebe que a estão reformando.
Entrando até o meio da nave principal, ele
tem uma visão de Santa Chantal, viva, resplandecente
e lhe estendendo as mãos. Ele, de joelhos,
para receber as ordens, da Santa Madre, pede-lhe também
uma prova da sua vontade sobre a fundação
dos Oblatos: que ele encontre ali mesmo em Annecy,
um diretor para o colégio.
Depois disso com o coração cheio de
consolo e segurança, ele foi logo ter com o
bispo de Annecy, Mons. Magnin, para lhe pedir um diretor
para o colégio. O bispo de Annecy diz que não
tem ninguém disponível para tal. Depois
de muita insistência e oração,
o prelado lhe concede Pe. Boccard que prestará
seus serviços até a fundação
do colégio. Pe. Brisson retorna e Troyes ,
o Pe. Bocard chegaria em poucas semanas.
Os primeiros Oblatos
A vontade de Deus estava manifestada. Era preciso
começar. O primeiro designado para o noviciado
foi Pe. Gilberto. Foi um dos mais apreciados filhos
da boa Mãe. O segundo foi o Pe. Rollin, aluno
do Seminário Maior de Langres. O terceiro foi
o Pe. Lambert, também aluno do Seminário
Maior de Langres. O quarto, foi o Pe. Perrot que vivia
em sua casa como anacoreta. Ele entra no noviciado,
desiste, e um ano depois retorna para ficar para sempre.
O quinto a chegar foi o Pe. J...
Assim começava a Congregação
dos Oblatos de São Francisco de Sales!
A boa Mãe via nesta obra a realização
da vontade de Deus. Vontade esta pela qual ela dedicou
toda a sua.
O Salvador precisa padres que lhe estejam totalmente
entregues, e que, por uma perfeita dependência
d’Ele, sejam instrumentos dóceis e maleáveis
no serviço da Sua Caridade.
Dizia a boa Mãe: “Os Oblatos deverão
espalhar as maravilhas da graça de Deus ao
mundo. O Salvador estará neles, e, com Ele,
produzirão grandes efeitos da graça.
Por meio deles o Salvador voltará ao mundo,
e vê-lo-ão caminhar sobre a terra...
Vós sois os escolhidos para esta grande obra,
e o Salvador não se servirá de outros,
a Sua vontade está bem determinada sobre este
ponto”.
Deus mostrou a boa Mãe o que os Oblatos deviam
ser para corresponder à sua vocação:
eles deverão trabalhar “em se apagar
e a deixar lugar no Salvador neles e nas suas obras.
Eles deverão identificar-se com Ele e a tomar
suas diversas inclinações... receber
dele o movimento para agir e falar”.
As Constituições dos Oblatos de São
Francisco de Sales
Em 1875, Pe Brisson e o Pe. Lambey levam a Roma as
Constituições dos Oblatos de São
Francisco de Sales, depois de ligeiras observações
da boa Mãe. Observações muito
bem feitas, pois as Constituições voltam
de Roma sem nenhuma mudança de fundo.
Foi numa sexta-feira, às sete horas da tarde,
que o Papa se dispôs a acolher os dois padres
portadores das Constituições, no seu
gabinete particular.
O Papa assim que abriu a porta desejando-lhes boas-vindas,
os chamou para junto de si tratando-os com extrema
benevolência e chamando-os de filhos.
Disseram-lhe os padres: “Santíssimo Padre,
nós vimos apresentar as Constituições
dos Oblatos de São Francisco de Sales, a fim
de que vos digneis dar-lhes uma primeira aprovação”.
O Santo Padre os indagou sobre várias questões
como: Oração, educação
dos jovens e tudo o mais. Respondidas as questões
e depois de uma longa conversa, o Papa prometeu, na
despedida, que a aprovação não
demoraria. De fato, seis meses depois, é chegado
o Decreto de Aprovação.
A devoção da boa Mãe
A Principal devoção da boa Mãe
foi contemplar o Salvador, em todos os mistérios
da sua vida e da sua graça. Tudo o que ela
disse, fundou e escreveu resume-se em: “Não
fazer com Ele mais do que um”. Mas boa Mãe
não reprovava as diversas devoções
que alimentam as almas dos fiéis.
Os últimos momentos da boa Mãe
A boa Mãe sofreu muito nos seus últimos
dias. A doença agravara-se e o médico
diz que sem um milagre ela não iria suportar.
A coragem da boa Mãe e sua paciência
sobre-humana foram para este médico um testemunho
que o converteu para Deus.
“O espírito de nosso santo fundador,
São Francisco de Sales, é um espírito
de grande doçura e compaixão. Não
é um espírito de rigor”
Umas das últimas palavras da boa Mãe
Umas das últimas palavras da boa Mãe
ao Pe. Brisson foi sobre os Oblatos: “Ficareis
só para suportar o trabalho. Mas, crede, eu
vos ajudarei, não vos deixarei, rezarei por
vós. E, aconteça o que acontecer, quando
virdes tudo desmoronar, quando tudo parecer perdido,
ficai firmes. Tende a certeza que a vontade de Deus
é que existam os Oblatos, que se faça
esta fundação. Servir-se-á deles
para fazer grandes coisas em todo o mundo: será
como o Salvador viesse na terra, ver-se-á a
Sua ação. Sim, vê-lo-ão
agir. Oh! Como será belo! Como será
grande! Como gostaria de o ver! Mas o que mais amo
é o que Ele quer”.
Fim da vida terrena da boa Madre
No primeiro minuto do dia sete de outubro de 1875,
depois de o dia seis ter sido um longo dia de conversas
com as Irmãs, Pe. Brisson, Mons. Ravinet e
um dos parentes dela, o Pe. Chappuis, e depois de
ter recebido o sacramento da Penitência e a
indulgência plenária, sua vida terrena
chega ao fim. Tinha ela oitenta e dois anos e três
meses de idade.
Sobre o início do Processo de Beatificação
de Madre Maria de Sales
Por uma ocasião de viagem a Roma, Pe. Brisson
informa-se a respeito do andamento de um processo
de beatificação.
Na causa da Boa Madre, quem toma a iniciativa de recolher
informações e, assim, a direção
oficial dos processos do Ordinário é
Mons. Lachat, de Basiléia (Suíça)
por ter o título de bispo da diocese de origem
da boa Madre. Isto ocorre em 1882.
Mons. Vautrey é nomeado presidente da Comissão
de Inquérito. Avisou as Visitandinas e pediu
seis exemplares da circular interna da “Vida
e Virtudes de nossa veneranda Madre Maria de Sales”,
a fim de facilitar aos juízes o estudo do dossiê.
É depois de muitos contratempos que a causa
é introduzida, a 27 de julho de 1897.
Cônego E. Masse promulga oficialmente o Decreto
de Introdução da Causa em 01º de
setembro de 1897.
Um tríduo de ação de graças
foi celebrado nos dias 05, 06 e 07 de outubro. Coube
ao Pe. Brisson a celebração do primeiro
dia.
Em 22 de julho, Mons. Pélacot preside a abertura
do Processo apostólico em sua capela.
Em Paris, o Cardeal Richard também procedera
à primeira sessão, a 14 de julho, em
seu arcebispado.
Deste modo estava assim iniciado o “Processo
Incoativo”. Pe. Brisson foi chamado para depoimento
nos dias 14 a 25 de janeiro.
Em 06 de julho de 1900, sob a direção
de Mons. Pélacot teve início o processo
“de fama sanctitatis”. Pe. Brisson foi
convocado de 27 de julho a 05 de novembro.
Os trabalhos foram encerrados a 04 de dezembro e no
dia seguinte Pe. Perrot levava a Roma.
Este processo foi aprovado a 06 de maio de 1902 e
ratificado pelo Sumo Pontífice.
A 19 de outubro de 1904, depois de 109 sessões,
o dossiê de 2232 páginas, foi confiado
a Mons. Chabrier.
Procedera-se o reconhecimento dos restos mortais da
Serva de Deus. A Congregação dos Ritos
deu opinião favorável, assinada a 10
maio de 1901, por seu prefeito, o Cardeal Ferrata.